Existem três classes de ativos que apresentam uma oportunidade de ganhos acima da média na renda fixa, mas é importante conhecer os riscos e avaliar bem as empresas antes de escolhê-los. Conheça-os no post de hoje.
Se você busca previsibilidade e segurança à sua carteira, as aplicações de renda fixa são títulos de entidades públicas e privadas que podem garantir essas características a seu portfólio.
Elas pagam uma taxa definida no momento da contratação, que pode ser prefixada ou indexada a taxas como Selic ou IPCA.
Mas o que são Taxa Selic e IPCA?
O Banco Central, em uma reunião realizada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) a cada 45 dias define a Taxa Selic, também conhecida como a taxa básica de juros.
Em suma, o principal objetivo da Taxa Selic é o de assegurar o equilíbrio da inflação no país e o incentivo à produção e ao consumo.
Por outro lado, o IPCA é a taxa oficial de inflação, e mede o aumento generalizado nos preços.
Leia também: Inflação: entenda o que é e como interfere nos seus investimentos.
As entidades emissoras dos títulos de renda fixa podem ser: Governo, bancos (e outras instituições financeiras) e empresas.
Cada um desses emissores possui diversas modalidades de títulos que conferem vantagens e desvantagens para sua carteira de investimentos de renda fixa.
Apesar de os três possuírem similaridades na forma de remuneração, um deles oferece vantagens a quem tem uma tolerância moderada ao risco.
No post de hoje iremos falar sobre os títulos emitidos por empresas.
Títulos de Renda Fixa de empresas: CRIs e CRAs
CRIs, ou Certificados de Recebíveis Imobiliários, e CRAs, ou Certificados de Recebíveis do Agronegócio, são investimentos de renda fixa que representam uma promessa de pagamento e são considerados títulos securitizados.
A administração é feita por empresas que compram o fluxo de recebíveis futuros e, em consequência, financiam essa aquisição através de certificados que os investidores recebem.
Finalidade dos títulos
Os CRIs e CRAs possibilitam às empresas destes ramos dar início a novos projetos, graças às securitizadoras que compram as promessas de pagamento dos projetos atuais.
Pagamentos
Como resultado do investimento em um CRI ou CRA, além do retorno do valor principal, o investidor recebe uma taxa de juros.
Essa taxa de juros pode ser prefixada, pós-fixada (indexada à Taxa Selic ou IPCA) ou híbrida, assim como acontece em outros investimentos de renda fixa.
Classificação de risco
Por não contar com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), as empresas securitizadoras apresentam garantias antes de converter as promessas de pagamento em CRIs e CRAs.
Leia também: FGC: O que é o Fundo Garantidor de Crédito e o que ele cobre
Formas de aquisição
Você pode adquirir CRIs e CRAs podem ser adquiridos no banco ou corretora de sua preferência (como por exemplo: XP Investimentos, Rico, Clear) através do mercado primário.
O mercado primário simboliza a primeira emissão dos certificados, com um valor e taxas únicos para todos os entrantes.
Há também a negociação dos certiifcados através do mercado secundário, onde o valor e taxa são negociados entre as partes interessadas.
Em contrapartida, a liquidez no mercado secundário é limitada, dessa maneira deve-se considerar que a probabilidade maior é do investidor carregar o título até seu vencimento.
Tributação
Diferentemente das LCIs e LCAs, eles não possuem garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), mas contam com a isenção do Imposto de Renda (IR) para pessoas físicas.
Títulos de Renda Fixa de empresas: Debêntures
Debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas, de médio a longo prazo, e cada um destes títulos de renda fixa pode ter características distintas entre eles.
As debêntures não possuem garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), pois não são títulos vinculados a instituições financeiras.
Em contrapartida, algumas empresas oferecem garantias próprias, como uma fiança, um imóvel ou capital dos sócios.
Finalidade dos títulos
Existem diversas finalidades para a emissão de uma debênture, mas as mais comuns são:
- Investimento em equipamentos e melhorias na infraestrutura;
- Incremento no capital de giro;
- Amortização de um outro compromisso, trocando uma dívida mais cara por uma mais barata.
Pagamentos
Quando se investe em uma debênture, é esperado o pagamento do valor principal, acrescido de uma taxa de juros.
Assim como na maioria dos investimentos de renda fixa, a taxa pode ser informada previamente (prefixada) ou atrelada a um indicador.
Esses indicadores podem ser a Taxa Selic ou o IPCA, e os pagamentos tanto do principal quanto dos juros poderão ser feitos de diversas maneiras.
Alguns títulos possuem amortização, ou seja, pagam os juros no decorrer da sua vigência, e outros podem pagar o montante total somente no vencimento do título.
Classificação de risco
Assim como os CRIs e CRAs, as debêntures não contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Isso acontece porque eles não são títulos vinculados a instituições financeiras, no entanto algumas empresas oferecem garantias próprias, como uma fiança, um imóvel ou capital dos sócios.
Agências de rating (as principais são Standard & Poor’s, Moody’s, Fitch) fazem a classificação de risco dos títulos, assim sendo, consideram essas garantias como um dos critérios para definir a capacidade das empresas de honrar com seus compromissos.
Quanto maior o risco dos títulos, maior é o prêmio aos investidores.
Formas de aquisição
Assim como os CRIs e CRAs, você pode adquirir as debêntures no mercado primário ou no mercado secundário.
Em contraste com o mercado americano, onde o mercado secundário de bonds é grande na renda fixa, a oferta de debêntures no mercado secundário no Brasil é limitada.
Tributação
A tributação das debêntures comuns acontece conforme a tabela regressiva do IR, ou seja, dependendo do tempo do investimento o Imposto varia entre 22,5% e 15%, e incide somente sobre os rendimentos do título.
BÔNUS: Debêntures de renda fixa Incentivadas
A Lei 12.431/11 criou as debêntures incentivadas, que têm como principal diferencial a isenção do Imposto de Renda.
A premissa da criação da lei foi estimular o avanço do Brasil através do incentivo ao financiamento de obras de infraestrutura a nível nacional.
Assim como nas debêntures comuns, quando se investe nessa classe de ativos o investidor recebe uma taxa de juros, que pode ser prefixada, pós-fixada (indexada à Taxa Selic ou IPCA) ou híbrida.
É importante ter em mente que aportando nesses títulos, provavelmente deverá carregá-los até o vencimento, pois a oferta no mercado secundário também é bastante restrita.
E agora? A Renda Fixa vale a pena mesmo com a Selic em baixa?
Podemos afirmar que mesmo quando a Taxa Selic está em baixa, investimentos em renda fixa seguem sendo uma opção se você busca tranquilidade e segurança.
Por outro lado, os títulos de empresas fogem um pouco do comum, em virtude de suas especificidades.
Ainda assim, o investimento nesses títulos, quando bem selecionados, pode garantir retornos semelhantes aos da renda variável sem que você abra mão da segurança e previsibilidade da renda fixa.
Recomenda-se, portanto, a leitura da escritura de emissão de debêntures ou do prospecto da oferta pública de distribuição dos recebíveis.
Para estes ativos, se blindar de informação é essencial, uma vez que eles possuem pouca liquidez no mercado secundário.
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