Selic caiu? 3 títulos de renda fixa que nadam contra a maré

Existem três classes de ativos que apresentam uma oportunidade de ganhos acima da média na renda fixa, mas é importante conhecer os riscos e avaliar bem as empresas antes de escolhê-los. Conheça-os no post de hoje.

Imagem de um projeto arquitetônico.
Créditos da imagem: Bruno/Pixabay.

Se você busca previsibilidade e segurança à sua carteira, as aplicações de renda fixa são títulos de entidades públicas e privadas que podem garantir essas características a seu portfólio.

Elas pagam uma taxa definida no momento da contratação, que pode ser prefixada ou indexada a taxas como Selic ou IPCA.

Mas o que são Taxa Selic e IPCA?

O Banco Central, em uma reunião realizada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) a cada 45 dias define a Taxa Selic, também conhecida como a taxa básica de juros.

Em suma, o principal objetivo da Taxa Selic é o de assegurar o equilíbrio da inflação no país e o incentivo à produção e ao consumo.

Por outro lado, o IPCA é a taxa oficial de inflação, e mede o aumento generalizado nos preços.

Leia também: Inflação: entenda o que é e como interfere nos seus investimentos.

As entidades emissoras dos títulos de renda fixa podem ser: Governo, bancos (e outras instituições financeiras) e empresas.

Cada um desses emissores possui diversas modalidades de títulos que conferem vantagens e desvantagens para sua carteira de investimentos de renda fixa.

Apesar de os três possuírem similaridades na forma de remuneração, um deles oferece vantagens a quem tem uma tolerância moderada ao risco.

No post de hoje iremos falar sobre os títulos emitidos por empresas.


Títulos de Renda Fixa de empresas: CRIs e CRAs

Foto de uma construção em andamento, com trabalhadores montando a estrutura de um prédio.
Créditos da imagem: Joffi/Pixabay.

CRIs, ou Certificados de Recebíveis Imobiliários, e CRAs, ou Certificados de Recebíveis do Agronegócio, são investimentos de renda fixa que representam uma promessa de pagamento e são considerados títulos securitizados.

A administração é feita por empresas que compram o fluxo de recebíveis futuros e, em consequência, financiam essa aquisição através de certificados que os investidores recebem.

Finalidade dos títulos

Os CRIs e CRAs possibilitam às empresas destes ramos dar início a novos projetos, graças às securitizadoras que compram as promessas de pagamento dos projetos atuais.

Pagamentos

Como resultado do investimento em um CRI ou CRA, além do retorno do valor principal, o investidor recebe uma taxa de juros.

Essa taxa de juros pode ser prefixada, pós-fixada (indexada à Taxa Selic ou IPCA) ou híbrida, assim como acontece em outros investimentos de renda fixa.

Classificação de risco

Por não contar com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), as empresas securitizadoras apresentam garantias antes de converter as promessas de pagamento em CRIs e CRAs.

Leia também: FGC: O que é o Fundo Garantidor de Crédito e o que ele cobre

Formas de aquisição

Você pode adquirir CRIs e CRAs podem ser adquiridos no banco ou corretora de sua preferência (como por exemplo: XP Investimentos, Rico, Clear) através do mercado primário.

O mercado primário simboliza a primeira emissão dos certificados, com um valor e taxas únicos para todos os entrantes.

Há também a negociação dos certiifcados através do mercado secundário, onde o valor e taxa são negociados entre as partes interessadas.

Em contrapartida, a liquidez no mercado secundário é limitada, dessa maneira deve-se considerar que a probabilidade maior é do investidor carregar o título até seu vencimento.

Tributação

Diferentemente das LCIs e LCAs, eles não possuem garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), mas contam com a isenção do Imposto de Renda (IR) para pessoas físicas.


Títulos de Renda Fixa de empresas: Debêntures

Foto de um galpão com uma empilhadeira em primeiro plano; no fundo, mais uma empilhadeira levantando pallets.
Créditos da imagem: Aniset/Pixabay.

Debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas, de médio a longo prazo, e cada um destes títulos de renda fixa pode ter características distintas entre eles.

As debêntures não possuem garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), pois não são títulos vinculados a instituições financeiras.

Em contrapartida, algumas empresas oferecem garantias próprias, como uma fiança, um imóvel ou capital dos sócios.

Finalidade dos títulos

Existem diversas finalidades para a emissão de uma debênture, mas as mais comuns são:

  • Investimento em equipamentos e melhorias na infraestrutura;
  • Incremento no capital de giro;
  • Amortização de um outro compromisso, trocando uma dívida mais cara por uma mais barata.

Pagamentos

Quando se investe em uma debênture, é esperado o pagamento do valor principal, acrescido de uma taxa de juros.

Assim como na maioria dos investimentos de renda fixa, a taxa pode ser informada previamente (prefixada) ou atrelada a um indicador.

Esses indicadores podem ser a Taxa Selic ou o IPCA, e os pagamentos tanto do principal quanto dos juros poderão ser feitos de diversas maneiras.

Alguns títulos possuem amortização, ou seja, pagam os juros no decorrer da sua vigência, e outros podem pagar o montante total somente no vencimento do título.

Classificação de risco

Assim como os CRIs e CRAs, as debêntures não contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

Isso acontece porque eles não são títulos vinculados a instituições financeiras, no entanto algumas empresas oferecem garantias próprias, como uma fiança, um imóvel ou capital dos sócios.

Agências de rating (as principais são Standard & Poor’s, Moody’s, Fitch) fazem a classificação de risco dos títulos, assim sendo, consideram essas garantias como um dos critérios para definir a capacidade das empresas de honrar com seus compromissos.

Quanto maior o risco dos títulos, maior é o prêmio aos investidores.

Formas de aquisição

Assim como os CRIs e CRAs, você pode adquirir as debêntures no mercado primário ou no mercado secundário.

Em contraste com o mercado americano, onde o mercado secundário de bonds é grande na renda fixa, a oferta de debêntures no mercado secundário no Brasil é limitada.

Tributação

A tributação das debêntures comuns acontece conforme a tabela regressiva do IR, ou seja, dependendo do tempo do investimento o Imposto varia entre 22,5% e 15%, e incide somente sobre os rendimentos do título.

BÔNUS: Debêntures de renda fixa Incentivadas

A Lei 12.431/11 criou as debêntures incentivadas, que têm como principal diferencial a isenção do Imposto de Renda.

A premissa da criação da lei foi estimular o avanço do Brasil através do incentivo ao financiamento de obras de infraestrutura a nível nacional.

Assim como nas debêntures comuns, quando se investe nessa classe de ativos o investidor recebe uma taxa de juros, que pode ser prefixada, pós-fixada (indexada à Taxa Selic ou IPCA) ou híbrida.

É importante ter em mente que aportando nesses títulos, provavelmente deverá carregá-los até o vencimento, pois a oferta no mercado secundário também é bastante restrita.


E agora? A Renda Fixa vale a pena mesmo com a Selic em baixa?

Homem e mulher conversando e analisando imagem no computador.
Créditos da imagem: Tammy Duggan-Herd/Pixabay.

Podemos afirmar que mesmo quando a Taxa Selic está em baixa, investimentos em renda fixa seguem sendo uma opção se você busca tranquilidade e segurança.

Por outro lado, os títulos de empresas fogem um pouco do comum, em virtude de suas especificidades.

Ainda assim, o investimento nesses títulos, quando bem selecionados, pode garantir retornos semelhantes aos da renda variável sem que você abra mão da segurança e previsibilidade da renda fixa.

Recomenda-se, portanto, a leitura da escritura de emissão de debêntures ou do prospecto da oferta pública de distribuição dos recebíveis.

Para estes ativos, se blindar de informação é essencial, uma vez que eles possuem pouca liquidez no mercado secundário.

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