Como investir em dólar: conheça as principais opções

Se existe um lugar que todo mundo quer conhecer, é a Disney.

Porém, o real se desvalorizou muito nesses últimos anos em relação ao dólar. Para se ter uma ideia, de acordo com o Banco Central, no final de 2010 o dólar valia cerca de R$1,66 e, 10 anos depois, estava valendo mais de R$5,20. Isso totaliza uma desvalorização de mais de 210%!

Por outro lado, essa desvalorização mostrou a importância que é aprender a como investir em dólar.

A boa notícia é que existem formas de se proteger dessa valorização, e até mesmo lucrar com ela. Afinal, se você quer fazer planos para viajar (ou até mesmo morar em outro país), é importante você entender que investir em dólar é muito mais fácil do que parece. 

Portanto, neste artigo, nós vamos te mostrar as melhores maneiras e o passo a passo definitivo para que você possa finalmente investir em dólar com segurança.

Veja mais a seguir!

Como investir em dólar?

Se você acha que investir em dólar é apenas comprar a cédula em uma casa de câmbio, vamos te mostrar que não é bem assim. 

Hoje, existem várias formas diferentes para você investir em dólar, inclusive na nossa Bolsa de Valores. Confira abaixo quais são essas formas: 

Papel moeda

Essa é a forma mais tradicional. Como dito acima, você pode simplesmente comprar a cédula em uma casa de câmbio. Mas atente-se aos dois tipos de dólares negociados: o dólar comercial e o dólar turismo.

O dólar comercial é utilizado para definir as taxas do mercado. Ou seja, é o dólar que as empresas de importação e exportação de bens e serviços utilizam para pagamento ou recebimento de recursos, do Brasil para o mundo.

Agora, o dólar turismo é a moeda negociada nas casas de câmbio. Esse dólar é o mais acessível para as pessoas físicas.

O problema é que ele é mais caro do que o dólar comercial, pois envolve custos adicionais de transporte, impostos, importação do papel-moeda, entre outros.

Para a nossa sorte, existem hoje bancos e corretoras que te permitem ter uma conta no exterior, e que negociam com o dólar comercial! Dois exemplos bem conhecidos que sugerimos são a Avenue e a Nomad.

Fundos cambiais

Os Fundos cambiais são fundos que investem em ativos atrelados a moedas estrangeiras. O seu objetivo, no geral, é proteger o investidor contra as possíveis desvalorização que o real pode sofrer frente à moeda estrangeira em que o fundo está investindo.

Para ficar mais claro, imagine o seguinte: ao aplicar em um fundo cambial, você está investindo reais em um ativo que investe em outros ativos que estão precificados na moeda estrangeira que o fundo investe (o dólar, por exemplo).

Ao decorrer do tempo, o fundo flutuará de acordo com a valorização ou desvalorização cambial entre as moedas.

Os fundos cambiais são uma ótima alternativa para você investir em dólar com mais facilidade.

Porém, fique atento ao regulamento do fundo para você entender qual a política de investimento, para saber em quais ativos ele investirá.

Fundos multimercados

Os fundos multimercados são fundos que possuem mais liberdade na hora de escolher quais as classes de ativos que ele irá investir, além da proporção.

Isso porque alguns fundos possuem uma regra de alocação de patrimônio. Os fundos de renda fixa, por exemplo, precisam investir 80% do seu patrimônio neste tipo de título; os fundos de ações precisam ter 67% em empresas; os fundos que investem em fundos precisam ter 95% do patrimônio no fundo escolhido; entre outros. 

Já os gestores de multimercados possuem mais liberdade, pois não seguem regras específicas determinadas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários, órgão responsável pela regulação e fiscalização do mercado de ações).

Portanto, nós podemos encontrar vários exemplos de fundos multimercado que te possibilitam investir em dólar. Claro que, assim como nos fundos cambiais, você precisa ler o regulamento destes fundos e entender qual é a estratégia aplicada pelo gestor.

Afinal, ele pode ser mais arriscado ou mais conservador, e você não quer se frustrar com uma possível flutuação agressiva na sua carteira de investimentos.

ETFs (Exchange Traded Funds)

Os ETFs são perfeitos para aqueles que querem seguir uma gestão passiva de investimentos, pois o objetivo destes fundos é alocar seus recursos em índices (não em vão eles são conhecidos como fundos de índices).

Ao investir em um ETF, você exporta sua carteira a um índice de referência. Esse índice pode ser o CDI, o Ibovespa (índice da Bolsa de Valores brasileira composto pelas principais companhias listadas na B3), e até mesmo seguir algum índice internacional.

Assim como temos o Ibovespa, outros países também possuem seus próprios índices. Nos Estados Unidos, há alguns índices de referência do mercado acionário do país, tais como: o S&P 500, Dow Jones e NASDAQ 100, por exemplo.

E esses são apenas exemplos de índices de empresas americanas. Você pode aplicar em ETFs que investem nesses índices, ou até mesmo em algum que segue o índice do mercado imobiliário.

Portanto, as alternativas para investir em dólar por ETFs são diversas, além de que você pode diversificar bem seu patrimônio e garantir um retorno mais passivo, caso queira uma estratégia mais defensiva.

BDRs (Brazillian Depositary Receipts)

Agora, se você quer seguir a estratégia de stock picking (selecionar as ações que vão compor a sua carteira) ao investir em dólar, você pode comprar ações de empresas americanas pela própria B3 – A bolsa de valores brasileira.

Os Brazillian Depositary Receipts são depósitos emitidos no Brasil que representam valores mobiliários de companhias com sede no exterior. Isso significa que, ao comprar um BDR, você está lastreando esse depósito em um título que é de outro país.

Por exemplo: O BDR da Coca Cola tem o código de ticker COCA34. Quando você abrir o Home Broker e comprar esse título, você estará indiretamente comprando uma ação da Coca Cola.

Mas caso queira manter uma estratégia de gestão passiva, você pode comprar um BDR de um ETF – um depósito brasileiro que representa um valor de um ETF no exterior. Ou seja, não precisa abrir conta em uma corretora internacional para investir nos índices Dow Jones, S&P 500 ou NASDAQ 100, por exemplo.

Forex

O mercado de forex é um mercado financeiro descentralizado (não possui um órgão que regula) que envolve a negociação de dois câmbios.

Basicamente, a operação de forex é feita pela compra de uma moeda e, ao mesmo tempo, a venda de outra. Isto é, as moedas são negociadas em pares (entre dólar e real, por exemplo), e o investidor ganha com a valorização destas moedas.

As cotações das moedas variam todos os dias, e isso inclui o euro, a libra, o dólar, o peso argentino, entre outras. Então os investidores forex fazem uma operação entre duas moedas, tanto com o objetivo de proteção (hedge) quanto com o intuito de lucrar com essas flutuações cambiais.

Uma das vantagens desse mercado é que você pode aplicar o efeito de alavancagem, que consiste em fazer operações com mais dinheiro do que você realmente possui. Na prática, é possível utilizar apenas uma margem do nosso valor para cobrir essa operação.

Mas é importante deixar bem claro que o risco no forex é muito grande. Na verdade, o mercado de forex é o mais arriscado do mundo. Portanto, é bom você conhecer e entendê-lo, para ter em mente que existem formas mais fáceis para investir em dólar.

Ações da bolsa

Por mais estranho que possa parecer, você pode também investir em uma empresa brasileira e investir em dólar.

Existem empresas que possuem receitas no exterior. Podemos citar como exemplo as empresas exportadoras, que têm uma grande exposição ao dólar. Apesar de ser uma exposição indireta, é uma forma de manter seu capital aqui no Brasil, mas que é impactado pelo cenário externo.

A lógica é a seguinte: com o dólar se mantendo em níveis mais altos, os resultados delas tendem a ser maiores, refletindo também no preço das suas ações. Portanto, são boas opções para quem não quer a complicação de investir em outros ativos.

Contrato futuro e mini dólar

Um contrato futuro é um contrato firmado entre comprador e vendedor com vencimento em uma data futura.

Esse tipo de ativo entra na classe dos derivativos – ativos que derivam de algum outro ativo, em poucas palavras. Nesse exemplo que utilizamos, o ativo é o dólar.

Esse tipo de investimento é um pouco mais complexo e não recomendado para investidores iniciantes, pois você pode investir com o objetivo de se proteger se uma possível oscilação, ou até mesmo se alavancar, como no forex.

Porém, muitos contratos possuem um valor grande, o que torna inacessível para alguns investidores. É por isso que existe o mini dólar.

O mini dólar (operado pelo código WDO) corresponde a 20% do contrato futuro de dólar cheio. Ou seja, é uma opção mais barata e acessível aos investidores, já que corresponde a 20% do total contratado.

Como funciona a cotação do dólar?

Como o dólar é a moeda mais utilizada no mundo (por ser a moeda dos Estados Unidos), ela também é a principal referência de unidade de troca que temos no mundo. Nisso, quase todas as moedas podem ser convertidas em dólar.

Como isso acontece, há uma demanda dos países pela moeda americana. Quanto mais abertos os países são, mais eles negociam com outros países – e o dólar acaba sendo utilizado nessa transação.

Quando uma economia está importando muitos bens e serviços, isso significa que a sua demanda por dólar será maior, já que grande parte dos países exige o pagamento em dólar.

Quando isso acontece, a moeda local tende a se desvalorizar, pois as pessoas estão trocando-a pelo dólar, diminuindo a sua oferta no mercado.

Agora, quando o país está exportando muito, ele está recebendo mais dólares do que as pessoas estão demandando – ocasionando na sua valorização.

Um exemplo disso é o que aconteceu durante a guerra da Rússia e Ucrânia: as pessoas começaram a desacreditar no mercado europeu devido ao cenário de incerteza, e vimos o euro se desvalorizar em relação ao dólar pela primeira vez em anos.

Quais são as vantagens de investir em dólar?

Uma das principais vantagens de investir em dólar é a diversificação, pois é importante entender que não adianta apenas ter uma carteira de investimentos diversificada em apenas um país.

O Brasil ainda é um país com um mercado novo, e ao investir em dólar, você está expondo seu patrimônio a um mercado que pode crescer muito em momentos de baixa na nossa economia.

Podemos entender que, ao investir em dólar, você cria uma carteira antifrágil.

O conceito de antifrágil vem do livro “Antifrágil: Coisas que se beneficiam com o Caos” de Nassim Taleb. Ele pega como exemplo a Hidra de Lerna, que era um monstro na mitologia grega que tinha um corpo de dragão e várias cabeças de serpente.

Taleb descreve em seu livro que existem 3 formas de alguma coisa reagir ao caos:

  • A forma frágil
  • A forma robusta
  • A forma antifrágil.

Pense num copo de vidro, por exemplo. Se um copo de vidro cair no chão, ele provavelmente vai quebrar, certo? Isso é porque o copo de vidro é frágil.

Agora, troque o copo de vidro por um de metal. Se o copo cair no chão, ele pode até amassar um pouquinho, mas não vai quebrar. Nesse caso, o copo é robusto, pois ele conseguiu resistir ao impacto do chão.

Mas, imagine que você tivesse um copo que, cada vez que caísse no chão, ficasse mais resistente. Imagine que o copo pudesse absorver o impacto e usar isso ao seu favor…

Bom, é justamente esse o conceito de antifragilidade!

Assim como um copo de vidro quebra quando cai no chão; se esse copo for antifrágil, ele ficará mais resistente. E podemos trazer essa analogia ao mundo dos investimentos.

Quando o nosso índice da bolsa de valores cai (o índice Ibovespa), o dólar tende a subir. E quando esse índice sobe, o dólar cai.

É por isso que investir em dólar é importante: para que você proteja seus investimentos de possíveis crises internas que o Brasil pode sofrer.

Quais são as desvantagens de investir em dólar?

Existem algumas desvantagens de investir em dólar. Dentre elas, podemos destacar o imposto de renda, taxas de administração e o IOF.

Imposto de Renda

A dificuldade para se declarar seu patrimônio em dólares pode ser frustrante. Se você possui um saldo de mais de R$ 140 em uma conta corrente (não remunerada) no exterior, você precisa declarar para a Receita Federal.

Além disso, se tiver algum ativo como ações, fundos de investimento e ETFs em dólar, você também precisa declarar esses bens na ficha de “Bens e Direitos”.

E se você fez a venda de algum desses bens no exterior, precisa declarar também o rendimento recebido. O único problema é que a Receita quis dificultar essa parte.

Para declarar o rendimento, você precisa utilizar a conversão do dólar do último dia útil da primeira quinzena do mês anterior à data do recebimento dos rendimentos.

Esse é apenas algumas das coisas que você precisa se atentar na hora de declarar o imposto de Renda. Mas para a sua sorte, nós gravamos na plataforma uma finclass inteira com Jhonny Martins, Vice-presidente da SERAC. 

Nela, você terá uma aula exclusiva que te ensinará tudo que você precisa saber para declarar o seu patrimônio no exterior da forma correta, e podemos garantir que você nunca mais terá problemas com a Receita Federal.

Para assinar a Finclass e começar a assistir a nossa aula completa sobre imposto de renda, basta clicar aqui.

Taxa de administração

Um outro ponto negativo (mais atrelado aos fundos) é a taxa de administração. Grande parte dos fundos de investimentos cobram uma taxa de administração um pouco maior do que o comum.

Portanto, ao investir em dólar através de fundos cambiais e multimercados, é importante olhar qual o valor cobrado na taxa de administração do respectivo fundo.

IOF (Imposto sobre Operações Financeiras)

O IOF é um imposto cobrado pelas transações cambiais. Ele é o imposto cobrado para que você faça uma transação de câmbio.

O IOF para câmbio de moedas é no valor de 1,1% sobre o total da transação. Portanto, acaba sendo uma dor no bolso na hora de negociar moedas.

Quando devo começar a investir em dólar?

A resposta vai depender muito do seu objetivo. Muitas pessoas querem apenas juntar dinheiro para fazer uma viagem no exterior. Já outras querem ter uma carteira diversificada ao nível global, ou até mesmo morar nos Estados Unidos. 

Portanto, o que você mais deve olhar é o seu horizonte de tempo. Se você quer apenas viajar, então terá um horizonte de tempo curto. E o método mais comum para investir em dólar com um curto prazo e tempo, é o preço médio.

Esse método consiste em fazer compras constantes de um ativo. E para ficar mais claro, vamos imaginar o seguinte:

Você compra 100 dólares há R$ 5,20. Uma semana depois, compra mais 100 dólares há R$ 5,15. E depois de mais uma semana, você compra mais 100 dólares há R$ 5,18.

O seu preço médio será calculado da seguinte forma:

Preço médio=100 x 5,20+100 x 5,15+100 x5,18 / 300 (quantidade total de dólares)=R$ 5,17

Como pode ver, o preço médio te permite não comprar o dólar pelo maior preço, nem pelo maior.

Em resumo, analise seu objetivo e entenda qual o seu horizonte de tempo antes de tomar uma decisão.

6 dicas para investir em dólar e outras moedas

Para completarmos tudo que foi aprendido até agora, preparamos 6 dicas para você investir em dólar com mais segurança. Confira abaixo:

Dica 1: Busque moedas estrangeiras com força de mercado

Diversificar é diferente de pulverizar. Enquanto existem várias moedas fortes pelo mundo, existem também moedas que não possuem força, ou até mesmo não são confiáveis.

Portanto, não pense em investir em todas as moedas que existem, pois isso pode te dar uma dor de cabeça no futuro. Foque naquelas que se provaram com o tempo. E o dólar com certeza é uma delas.

Dica 2: Pense além do papel moeda

Como você bem observou, existe mais de uma alternativa para investir em dólar do que apenas o papel moeda. 

Você pode comprar empresas que estão sediadas nos Estados Unidos; ETFs que investem em um setor específico da economia americana; e até mesmo em fundos de investimento que fazem todo o trabalho de escolher os ativos dolarizados.

Hoje em dia, o acesso ficou muito mais fácil para os pequenos investidores, e as possibilidades são maiores.

Dica 3: Fique por dentro dos fundos de investimento

São mais de 5.000 companhias listadas nas bolsas dos Estados Unidos! É um número muito grande, e quase impossível acompanhá-las todos os dias. 

Se você é um investidor iniciante, pode ter certeza de que você não terá tempo para ver todas elas. Portanto, olhar para um fundo de investimento pode ser muito mais vantajoso para você.

Dica 4: Conheça os derivativos

Entender o mercado de derivativos é um passo importante, caso queira se aprofundar mais ao investir em dólar.

Como foi comentado acima, pode ser um mercado que te ajudará a proteger seu patrimônio, ou até mesmo ter ganhos consideráveis. Mas lembre-se de nunca se expor ao risco da ruína.

Dica 5: Se está atrás de uma renda fixa, analise os Bonds

Como no Brasil, os Estados Unidos também possuem renda fixa. Você pode escolher entre os títulos privados (emitidos por instituições financeiras e empresas) e os títulos públicos (emitidos pelo governo americano).

A vantagem de se investir na renda fixa pública é que são os títulos mais seguros da economia americana, assim como o Tesouro Direto tem os títulos mais seguros da nossa economia.

Isso porque o emissor é o próprio governo. Diferente dos bancos e empresas, um governo pode simplesmente emitir mais moeda para pagar suas dívidas. Claro que haverá efeitos negativos na economia, mas é importante deixar claro que os títulos emitidos pelos governos são os menos arriscados daquela economia.

Portanto, se você quer investir em dólar com mais segurança, sugerimos que conheça um pouco mais sobre como funciona a renda fixa nos Estados Unidos.

Dica 6: Faça os seus investimentos com a ajuda certa

Existem hoje especialistas no mercado financeiro global que possuem muita experiência acumulada durante os anos. 

Se você não quer ter a dor de cabeça de analisar qual o melhor investimento para você dentre os milhares que existem lá fora, nós recomendamos que você procure a ajuda de um especialista no assunto, e sua carteira poderá ter frutos maiores.

Conclusão

Esperamos que, ao ler este artigo, você tenha entendido que investir em dólar está há apenas um passo de distância, e que você consiga finalmente tirar o sonho da gaveta que você tem – seja para fazer uma viagem internacional, um intercâmbio, ou até mesmo morar lá fora.

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